Saiba como concorrer às vagas nas petrolíferas
Empresas da Noruega, Dinamarca e Bélgica vieram a Portugal contratar engenheiros.
Vêm de vários países e têm centenas de vagas de emprego não só para trabalhar nas plataformas petrolíferas como no desenho de equipamento utilizado ‘off shore'. Procuram, essencialmente, engenheiros mecânicos e electrotécnicos. No caso dos engenheiros civis, só lhes interessa os que são especializados em estruturas.
Empresas ligadas à indústria do petróleo e do gás da Noruega, Dinamarca e Bélgica estiveram em Lisboa, na semana passada, para participar numa feira de emprego organizada pelos serviços de emprego Eures do IEFP a propósito do encontro anual da Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista. Pelo Hotel Sana passaram muitos jovens engenheiros desempregados ou recém-licenciados. Os representantes das empresas receberam currículos e fizeram entrevistas.
O maior recrutador é a Noruega. "O país precisa de cerca de dez mil engenheiros nos próximos três, quatro anos. O ideal é terem entre três a cinco anos de experiência. As vagas são permanentes. Precisamos principalmente de engenheiros mecânicos, electrotécnicos, e de estruturas (para trabalhar com a construção metálica)", resume Eli Syvertsen, a conselheira Eures que esteve na feira de emprego a representar os serviços de emprego noruegueses. Eli Syvertsen faz questão de sublinhar que a Noruega não procura engenheiros para trabalhar apenas nas plataformas petrolíferas, mas também para desenho de equipamento usado na indústria ‘off shore', daí a necessidade de qualificação em trabalhar com o metal e não com o betão, como acontece com a maioria dos engenheiros civis em Portugal.
A Noruega tem uma taxa de desemprego de 2,5% e a representante da Noruega apela aos engenheiros portugueses que encaixem no perfil para se candidatarem porque poderão ter uma hipótese de trabalho. "Um engenheiro com dois anos de experiência pode esperar ganhar cerca de 50 a 60 mil euros brutos anuais, o que dá cerca de quatro a cinco mil euros mensais (fora os cerca de 30% de descontos para impostos e segurança social, que podem ter deduções e baixar alguns pontos percentuais). E basta falar inglês, que é a língua usada nestas empresas, garante a responsável.
Nos últimos anos a Noruega tem recrutado em Portugal e, neste momento, são já 600 os engenheiros portugueses a trabalhar no país. "Gostamos dos engenheiros portugueses porque são qualificados e podemos oferecer-lhes um bom salário e qualidade de vida", sublinha Eli Syvertsen.
A Aker Solutions e a FMC Technologies são as duas empresas norueguesas deste sector que estiveram presentes na feira da passada semana. A Aker tem 900 vagas e a FMC 22. "Preferimos engenheiros com mais de cinco anos de experiência e oferecemos um salário de 60 a 70 mil euros brutos/anuais", diz Mochal Pizybylski, o engenheiro polaco da Aker que esteve a atender os interessados na feira.
Na FMC, que recruta em Portugal há três anos e conta já com 40 empregados portugueses na Noruega, a experiência preferida é também de 4, 5 anos e o salário ronda os 50 mil euros brutos anuais. "Gostamos dos portugueses pela capacidade que têm de se adaptar na Noruega. Também pela atitude no trabalho", afirma Morten Hofs, que falou com os candidatos.
Dinamarca e Bélgica
Além da Noruega, também empresas ligadas à indústria do petróleo e gás estiveram directamente ou enviaram um representante a esta feira promovida pelo Eures em Portugal.
A dinamarquesa Ramboll (que trabalha em consultoria para as petrolíferas) tem 30 a 50 posições para ocupar, tanto juniores como seniores. Tem apenas um engenheiro português e, desde Maio, que procura mais.
A Dinamarca enquanto país tem 340 vagas para engenheiros de várias áreas, mas sobretudo, mais uma vez, para engenheiros mecânicos e electrotécnicos. De preferência com experiência (3 a 5 anos), embora haja vagas para recém-licenciados. "Um engenheiro recebe, em média, cerca de quatro mil euros brutos mensais de salário inicial até nove mil, quando já tem muita experiência", diz Mette Busk, consultora de recrutamento do Eures dinamarquês.
O conselheiro Eures da Bélgica veio a Portugal em representação de 13 empresas com 25 postos de trabalho disponíveis. Também estas empresas procuram engenheiros mecânicos e electrotécnicos, oferecendo salários um pouco mais baixos, entre os 2.000 e os 2.500 euros brutos mensais.
Uma conselheira Eures da Alemanha esteve também na feira à procura igualmente de engenheiros das mesmas especialidades. Rabea Malchow não quis adiantar número de vagas.Disse apenas que eram muitas e deixou um aviso: é dada preferência a quem souber alemão.
Antes de partir, aconselhe-se
Qual o custo de vida no país para onde vou trabalhar? Como escolher a escola para os meus filhos? Se quer respostas personalizadas e presenciais a este tipo de questões antes de partir para o estrangeiro, o que tem a fazer é marcar um encontro com um dos 20 conselheiro Eures distribuídos pelo país. O agendamento deve ser feito por telefone ou por email. Também pode recorrer a um conselheiro para o ajudar a escolher um país e a candidatar-se a um emprego no estrangeiro. "Trabalhar no estrangeiro - informe-se antes de partir" é o nome da campanha dos serviços de emprego europeus, a que está associado em Portugal o IEFP, que visa alertar para as adaptações que terá de fazer quando emigra: a nível cultural, de legislação laboral e sistema de protecção social, acesso à saúde e ao ensino, questões de fiscalidade, etc.
Nota: Artigo publicado na edição impressa do Diário Económico de 24 de Setembro de 2012