Comércio: desemprego ultrapassa 100 mil pessoas
Desapareceram 1.250 lojas de comércio, 720 imobiliárias e 423 restaurantes no primeiro trimestre do ano
O desemprego no comércio ultrapassa já as 100 mil pessoas, um valor que segundo o presidente da Confederação do Comércio está acima da média nacional.
De acordo com João Vieira Lopes, desde 2009 que o problema se tem acentuado tendo em conta os dados disponíveis que apontam para o encerramento de cerca de 100 empresas por dia no sector do comércio, estimando-se que em 2010 este número seja muito superior.
Outros dados recentemente divulgados pelo Ministério da Justiça revelam que o encerramento de empresas em Portugal subiu 23 por cento no primeiro trimestre deste ano, tendo desaparecido 1.250 lojas de comércio, 720 imobiliárias e 423 restaurantes.
Esta situação, defende João Vieira Lopes, prende-se não só com a crise económica, mas também com concentração no Comércio, escreve a Lusa.
Grande distribuição «engole» pequeno comércio
Segundo o presidente da CCP, o aumento do peso e do poder negocial da «grande distribuição», que no conjunto de toda a actividade comercial em Portugal representa 25 por cento do volume de negócios e 19 por cento do emprego, afectando a economia no seu conjunto.
Este poder, adiantou, tem vindo a destruir parte significativa do tecido produtivo nacional, em especial, ao nível das pequenas e médias empresas e nos sectores como a agricultura e indústria, «retirando-lhes o mercado do pequeno comércio e impondo-lhes condições negociais incompatíveis com a sua sustentabilidade».
Por outro lado, adianta, os grandes grupos preferem importar os produtos que vendem, obtendo com isso condições ainda mais favoráveis e com esta actuação, tornam-se nos maiores importadores nacionais.
A criação de condições para que as empresas prosperem e criem riqueza é assim, na opinião de João Vieira Lopes, o desafio que se coloca ao actual governo.
As recentes estatísticas do Instituto Nacional de Estatística dão conta de uma diminuição global do desemprego de 12,4 para 21,1%, mas na opinião do presidente da Confederação esta quebra é apenas sazonal.
Dados do INE sobre o volume de negócios, emprego e remunerações na área dos serviços em Junho de 2011 revelam que o volume de negócios registou uma taxa de variação homóloga de menos 9,3% e que no conjunto do segundo trimestre de 2011, a variação foi de menos 5,3%.
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/