O mestrado em Gestão da Católica foi considerado o quarto com a melhor empregabilidade no ‘ranking ‘ do FT.
Empregabilidade. Nos tempos que correm, poucas coisas ocupam um lugar de tanto destaque na mente dos estudantes portugueses. Assim, é fácil de compreender a importância do sucesso do mestrado de gestão da Católica-Lisbon School of Business & Economics, que ocupa actualmente a 4ª posição a nível mundial no ‘ranking' do Financial Times (FT) que avalia o sucesso da empregabilidade. De acordo com o FT, a Católica-Lisbon é uma das nove escolas a nível mundial que apresentam um nível de empregabilidade de 100% dos seus estudantes nos primeiros três meses após a conclusão do curso.
João Freitas foi um dos alunos da Católica que sentiu a influência positiva da escola de negócios na sua vida profissional. "Foi um professor da Católica que disse à L'Oréal que estava a fazer o mestrado em Paris. Antes de entrar na Jerónimo Martins, falei com ex-alunos da Católica, que me deram muitas informações", explica. "O ‘networking' existe, funciona e tem influência".
Mal um aluno chega à faculdade, é fundamental que comece a pensar no seu futuro. Todas as melhores escolas têm gabinetes de inserção profissional que apoiam os licenciados na procura dos seus primeiros empregos ou mesmo estágios. Questionado sobre aquilo a que os estudantes devem dar mais importância para garantir a sua empregabilidade, Diogo Fezas Vital, que trabalha actualmente na J.P. Morgan, em Londres, não tem qualquer dúvida. "Estágios. E desde o primeiro ano. Quando recebo currículos, a faculdade e a nota interessam, mas são apenas um primeiro filtro para poder reduzir a pilha de currículos que tenho que ver". O ex-aluno da Nova aponta que "os currículos com vários estágios em vários sítios e experiências em diversas áreas são os que são chamados para entrevistas. Esses contam uma história que é interessante e que mostra motivação".
Para Joana Adriano, do ISEG, é importante fazer uma reflexão sobre o modo como são organizadas as políticas de estágios profissionais, de modo a que haja cada vez mais uma responsabilidade partilhada entre as escolas e as empresas. A profissional de recursos humanos do grupo Solvay considera esta ligação fundamental dado que, "com base na minha experiência e na dos meus pares, posso referir que a maturidade e responsabilidade é essencial para as empresas, e estas só se alcançam com a experiência".
Carreira internacional
Seja pelas dificuldades crescentes em encontrar oferta qualificada em Portugal ou pela simples abertura que se tem registado ao mercado global, os novos profissionais têm de estar disponíveis também a procurar vagas no estrangeiro. Muitos dos nossos melhores talentos têm sido cativados por melhores salários e condições de trabalho, o que pode levar, na opinião de Paulo Lopes, a sérios prejuízos para a competitividade portuguesa. "Com a saída de pessoas qualificadas, temos aqui um investimento em vão em educação que outros países estão a beneficiar". Para o funcionário da TomTom, Portugal deve estar seriamente preocupado em como reter o seu talento. "Para isso, necessitaríamos de projectos interessantes em Portugal e salários competitivos com o resto da Europa, o que actualmente acho difícil", lamenta.
Há quem discorde, no entanto, desta visão pessimista. Se é verdade que a saída dos melhores talentos pode ser prejudicial a curto prazo, "se esse talento for lá para fora mostrar que Portugal tem talento e depois um dia voltar a Portugal com a diversidade de experiências e conhecimento que adquiriram, então é muito mais benéfico para o país", defende Diogo Fezas Vital. Mais do que se preocupar em como reter o nosso talento, Portugal deve preocupar-se em ter condições para atrair o melhor talento para o nosso país. Nacional e internacional.
Testemunhos
"Não faço da saída para o estrangeiro um tabu, mas sinto que Portugal precisa de pessoas com força e vontade. Tenho o desejo de construir uma carreira em Portugal", afirma João Freitas, licenciado em Gestão pela Católica-Lisbon com um mestrado em ‘double degree', com o segundo ano passado na ESCP Europe, em Paris. Daí surgiu a oportunidade de trabalhar na L'Óreal mas João Freitas ficou satisfeito quando regressou a Portugal para a Jerónimo Martins.
Consultora na McKinsey & Company, Susana Roque tem um conselho a dar aos novos licenciados à procura de emprego. "Lembra-te que a média é importante, mas não é tudo. Podem existir muitos alunos com a mesma média que tu, portanto não é esse número que te torna especial aos olhos do empregador", aponta a licenciada em Economia da Católica-Lisbon, instituição onde fez também o seu mestrado.
""Acho que foi a diversidade do meu currículo e a apetência por idiomas estrangeiros que ajudaram mais a minha carreira, em especial o francês e a falta de apetência dos irlandeses para idiomas estrangeiros", diz Francisco Caleira, que frequentou, sem terminar, o curso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra, Actualmente, trabalha na Microsoft, em Dublin, como gestor de Transacções.
"Não podemos viver fechados no nosso mundo sem querer olhar além das nossas fronteiras: a história de Portugal é um exemplo vivo desta realidade", defende Diogo Fezas Vital. Licenciado em Gestão pela Católica, a sua infância foi passada muitas vezes fora de Portugal, o que se reflectiu no seu interesse em conhecer novas realidades. Depois de estágios em São Paulo e na Islândia, trabalha actualmente na J.P. Morgan, em Londres.
Para Joana Adriano, "foram os conhecimentos" adquiridos ao longo da sua formação, os estágios profissionais e a disponibilidade, quer do corpo docente quer da empresa que a acolheu enquanto estagiária, que lhe possibilitaram ser hoje a responsável de projectos de recursos humanos da Solvay. Licenciada em Psicologia pelo ISPA, fez o mestrado em Gestão de Recursos Humanos no ISEG.
Jorge Bento, licenciado em Finanças pelo ISCTE, começou a pensar em ir para o estrangeiro para melhorar o inglês, a língua dos mercados. Chegou a estar fora, em locais como Saint Louis, no Missouri, e em Londres, mas sempre preferiu Portugal e é da opinião que uma boa licenciatura por cá é "superior à média internacional". Actualmente, é consultor financeiro e gestor de tesouraria na Câmara Municipal de Lisboa.
"Quando começei a procurar emprego na área de videojogos reparei que havia uma grande falta de oferta em Portugal. Só existiam uma ou duas empresas, que não responderam ao meu currículo", diz Paulo Lopes, engenheiro informático da Universidade de Coimbra. Decidiu enviar o CV para quase todas as grandes empresas de videojogos. Foi o primeiro passo que o levou até à TomTom, em Amesterdão, onde está há cinco anos.
fonte:http://economico.sapo.pt