Alerta: ofertas de emprego para Canadá podem ser fraude
Mafiosos cobram 500 euros e prometem contratos de dois anos e salário de 5 mil euros
O Sindicato da Construção de Portugal deixou esta quarta-feira um alerta sobre os anúncios de emprego para trabalhar nesta área, no Canadá, avisando que muitos destes anúncios de recrutamento são colocados por «redes mafiosas».
Em conferência de imprensa no Porto, o presidente do sindicato, Albano Ribeiro, afirmou que «redes mafiosas constituídas por portugueses, espanhóis e canadianos» estão a contactar centenas de trabalhadores no Marco de Canaveses, Baião, Cinfães e Braga, a quem «querem cobrar 500 euros para os levar para o Canadá».
Em troca, oferecem supostas garantias de um contrato de dois anos e um salário mensal na ordem dos 5.000 euros, aproveitando o anúncio do governo do Canadá de que a, partir de janeiro, o país precisa de 3.000 trabalhadores estrangeiros para trabalhar na construção civil, necessitando de um total de 320.000 imigrantes para trabalhos em obras nos próximos oito anos.
Com o setor da construção em Portugal a atravessar «a maior situação de crise na sua história», que deixou já sem trabalho «mais de 115 mil trabalhadores», Albano Ribeiro admite que o «desespero» leve alguns trabalhadores a aceitar a proposta destas redes, escreve a Lusa.
Segundo adiantou, pelo menos quatro trabalhadores já terão entregue os 500 euros pedidos pelos autointitulados «empresários» da construção.
Conforme alertou o dirigente sindical, os trabalhadores interessados em emigrar para o Canadá «não devem ir através de intermediários», nem pagar quaisquer quantias que lhes sejam exigidas, devendo previamente informar-se junto do sindicato.
Neste contexto, o sindicato pretende articular com a Igreja, a secretaria de Estado das Comunidades e a embaixada do Canadá uma estratégia para «combater as redes mafiosas no terreno».
No caso da Igreja, e tal como já aconteceu há alguns anos na tentativa de diminuir os acidentes de viação com trabalhadores da construção, Albano Ribeiro vai apelar ao Bispo do Porto, Manuel Clemente, e de Braga, Jorge Ortiga, para que mobilizem os párocos locais na sensibilização dos trabalhadores para os perigos das redes mafiosas.
O sindicato pretende ainda denunciar a situação à Polícia Judiciária.
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/