O presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Octávio Oliveira, admitiu, em entrevista ao Diário de Notícias, que “o mercado de emprego está sobretudo desequilibrado no segmento dos mais jovens. E aqui há mais procura que ofertas e, naturalmente, quando assim é, o salário tende a ser mais baixo”.
O salário médio para os diplomados “não é o que gostaríamos que fosse”, assume o Presidente do IEFP, mas “é preciso ter em conta que este desequilíbrio resulta de vários anos – demasiados – de desajustamento das qualificações superiores face às necessidades dos mercados, das empresas”, conclui.
Octávio Oliveira acrescentou ainda que “há um excesso de formados nas sociologias, comunicação social, antropologias, História” e também “de grupos como enfermeiros biólogos, gestores de empresas, engenheiros civis”.
As ofertas do IEFP representam apenas uma parte das ofertas de emprego existentes na economia, mas aqui é possível encontrar os extremos, desde as propostas mais e menos aliciantes, diz o Presidente o IEFP.
Entre as piores ofertas, referidas pelo Diário de Notícias, está a de um cargo de arquiteto na freguesia de Benfica, em Lisboa, publicada no site netemprego.gov.pt, onde se oferecem 485 euros de salário bruto, mais 6 euros em subsídio de refeição e comissões a combinar por um contrato de três meses. Esta proposta, que inclui trabalhar de segunda a sábado de manhã, está a ser apresentada por escrito nos centros de emprego aos candidatos que se apresentam obrigatoriamente de quinze em quinze dias.
No outro extremo, uma empresa em Lisboa oferece 2634 euros brutos por um cargo de engenheiro de minas, mais subsídio de alimentação e seguro de saúde para um contrato sem termo.
fonte:SAPO